terça-feira, 31 de março de 2009

Eu

Eu
A minha vida é minha
Não a dou
Não a vendo
Nem a alugo
Para ninguém
A minha vida me pertence
E não permito que ninguém
Dela se aposse
A minha vida
É encucada
Mas me agrada
É aloucada
Mas me dá prazer
Nela sou eu solitária
Ansiosa, incoerente
Nela me amo e me odeio
Numa ambigüidade pungente
Nela sou dona de mim
Nela me sinto rainha
De repente sou mulher
Muitas vezes sou menina
Nela canto o canto triste
Do meu ser aprisionado
Dela cobro as frustações
Do meu ser inacabado
Nela brigo, nela luto
Nela discuto se quero
Nela choro, nela rio
Nela vadio se quero
Nela sou eu verdadeira
Companheira, mansa e quieta
Fora dela me mascaro
Sou outra
Não por que quero
Nela me encontro
E me vejo,realmente
Como eu quero
Nela vivo, amo e adormeço
Quando quero
Nela eu sou
Porque mereço
Não me agrido, não me puno
Nela me calo e me embalo
Quando quero

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